Monday, February 26, 2007

A Anta Grande do Zambujeiro, na memória do arqueólogo Henrique Leonor Pina


Entrevista por:
Carlos Magro Dias e António Alegria
Ver em: Cenáculo (boletim on line do Museu de Évora)



Gema Links:


Gema Website: * Uma abordagem semiótica de um tema arqueológico por Henrique Leonor Pina

* Territórios da Pré história em Portugal: Alentejo por Manuel Calado; ver pag. 103, 104, 105 e 106


Estado das Antas: * A catedral das Antas

Sunday, February 25, 2007

Novo blog no ciberespaço Ibérico

Galiza Link: Rutas e Paisages - Por Jose Luis Galovart

Um blog sobre as paisagens megalíticas da Galiza

Saturday, February 24, 2007

Novo Menir, nos arredores de Évora

Ver em: Gema Blog: Link 1

Citações II

(...) "Fui talvez parar longe, em busca de uns sinais, de uns indícios, que me permitissem entrar na pintura de Armando Alves. É que me parece que se não nasce impunemente no Alentejo, e menos ainda quem um dia se descobre pintor. Que relação há entre a sua pintura e a terra em que acabo de me debruçar? E haverá relação? Eu creio que sim. Mais: creio que Armando Alves se descobriu alentejano ao mesmo tempo que se descobria pintor. O amor à pintura confundiu-se nele com o amor ao Alentejo, acabou por ter nele um só nome. Tal aliança o conduz naturalmente (ou se perferem: fatalmente), não à flor das coisas mas ao seu perfume penetrante. O Alentejo entra nos seus quadros, como à noite se entra em casa: para desvendar uma intimidade. É o amigo, o confidente, o ombro onde apoiar a cabeça. É a sua pena, o seu consolo. É uma maneira de falar, um gesto só, um segredo impossivel de guardar. O pintor pode mudar de cidade, trocar de luz, olhar devagar pontes e águas, aperfeiçoar técnicas, experimentar processos, viajar - o Alentejo continuará ali como uma grande, imensa fidelidade, porque ninguem pode mudar de coração, e era do coração que estávamos a falar." (...)

Eugénio de Andrade, Poesia em Verso e Prosa


A cidade de Évora, por Armando Alves


Friday, February 23, 2007

Eles andam aí!

Dois novos monumentos megalíticos, nos arredores de Évora?

As prospecções entre Évora e Valverde continuam a ampliar a base de dados arqueológica, como convém. Desta vez, trata-se de uma possível sepultura megalítica ou protomegalítica, muito desmantelada, com meia dúzia de esteios in loco, e de um possível menir tombado.
Trata-se de um tipo de ocorrências cujo estado de conservação não permite, apenas com base na inspecção superficial, uma classificação segura. Em ambos os casos, só a escavação permitiria, eventualmente, confirmar ou infirmar a leitura que propomos.

Manuel Calado
Mário Carvalho


Gema Links:
"Eles andam aí!" anteriores: Link 1, Link2, Link 3


Cartografia em 1:25.000, folha nº 459 da C.M.P., e em orto-foto mapa.
A sepultura encontra-se cartografada a vermelho, e o menir a azul.

Localização por coordenadas GPS, central aos dois monumentos:
m-591066 p-4268526


Eventuais vestígios de mamoa, e o aglomerado de esteios


Três, dos vários esteios visiveis á superficie, dois deles ainda cravados e, aparentemente, in situ.


Possivel menir tombado e seus fragmentos

Vestigios de uma paisagem natural, na Serra Pedrosa (Évora)

A Serra Pedrosa, ocupada durante o Neolítico e a II idade do Ferro, alberga também um pequeno núcleo de arte rupestre, na vertente sul, composto por três círculos, gravados num destacado afloramento de gneiss.

Este sítio, bem como os restantes onde foram identificados temas semelhantes, no concelho de Évora , o Alto de S. Bento e o Porro, encontram-se em pontos especiais da paisagem "megalítica" natural.

Estes três sítios, que pontuam, de forma muito evidente, os horizontes dos arredores de Évora, sofreram grandes "amputações" paisagísticas e arqueológicas ao longo dos tempos.

Na Serra Pedrosa, foi o plantio desregrado de eucaliptos que parece ter destruído por completo, ou quase, as estratigrafias arqueológicas, e que causou certamente irreparáveis danos na paisagem.

Contudo, aqui e ali, ainda podemos contemplar uma parte da beleza natural que, noutros tempos, terá certamente contribuído para fazer deste sítio uma referencia paisagística de primeira linha.

Gema Links:
Serra Pedrosa:
Paisagens Antigas, Sangue Novo: Link 1, Link 2


Mancha de destruição, na paisagem natural da Serra Pedrosa, causada pelo plantio do eucalipto


O afloramento de Gneiss, onde se localiza o nucleo de arte rupestre da Serra Pedrosa, com três circulos gravados na rocha


Um "circulo" natural, no mesmo afloramento onde se encontram gravados os motivos de arte rupestre


Pedras grandes e horizontes vastos, uma combinação perfeita


Um "altar" natural

Megalitismo natural: "the hidden faces of stones"...


Thursday, February 22, 2007

Da Idade do Ferro à Romanização

O blog "Paisagens Antigas, Sangue Novo" é um espaço dedicado ao megalitismo alentejano, somente percebido através das linhas de força que o antecederam, bem como as que o sucederam em termos de visão histórica.

O estudo do território e da paisagem do Alentejo Central ficou marcado pela presença romana, a área que o signatário tem vindo a estudar com mais entusiasmo, assumindo-se o seu contributo, para este blog em particular, com o singelo cariz permitido por este espaço de divulgação.
A leitura do território, numa visão diacrónica, impele à consideração de que a um momento histórico se sucede outro, numa perspectiva de lenta transição e não através de abruptos cortes civilizacionais.

No alvor do século II a.C., Évora caracterizava-se como um espaço territorial de transição social, onde autóctones se viram assolados pelo "invasor" romano.
Entre o século VI a.C. até inícios do séc. III a.C., o território português, entre o Douro e a zona meridional, servia de assentamento a uma miscelânea de povos, assumindo-se a Península Ibérica pré-romana, como um vasto mosaico étnico-cultural. A região hoje circunscrita ao Alentejo Central seria dominado pelos povo Céltico que, nas fontes clássicas, nos surgem referenciados como Celtici, traduzido por Jorge Alarcão para «Celtas».
O início da romanidade, ou a crescente influência romana, em território português iniciou-se a partir de 218 a.C., apesar da sua presença ser anterior, motivada pela guerra com Cartago, na procura de controlar as rotas comerciais no Mediterrâneo. Interessa-nos, em particular, a divisão territorial de 197 a.C., que vem a distinguir duas grandes áreas administrativas: A Hispânia Citerior e a Ulterior, de limites ainda mal definidos. Évora estava situada na última.
Entre aquela data e a de 25 a.C. 118 – nesta data, após as campanhas militares de Octaviano Augusto, a Península Hispânica granjeia a pax romana em todo o território – deparamo-nos com um moroso processo de romanização, mediado segundo inúmeros vectores e, facto de atenção, sem extinguir os traços individualizantes dos autóctones.
O Alentejo, como espaço geográfico que hoje conhecemos, estaria já ocupado, mas não pacificado, pelas tropas romanas entre 184 a.C. e 179 a.C. José Carlos Caetano aponta a data de 138/7 a.C. como o "momento" em que Decimus Iunius Brutus estende um efectivo domínio romano na região a Sul do Tejo, sendo este o arco temporal que devemos considerar, ao referirmo-nos à ocupação da região onde hoje se localiza Évora.


Alto de S. Bento (Évora): descoberta uma nova gravura

A acrescentar aos vestígios de arte rupestre recentemente identificados no povoado neolítico do Alto de S. Bento (Évora), foi agora descoberto um novo elemento: trata-se de um círculo gravado no batólito, na vertente sudeste do cabeço.

Este motivo tem paralelos, nos arredores de Évora, apenas na encosta sul do povoado da Serra Pedrosa e no grande afloramento granítico do povoado do Porro, estando completamente ausente, na região, se exceptuarmos o caso particular do Complexo Rupestre do Alqueva.

Na verdade, os círculos são um dos tema centrais no Alqueva, embora, neste caso, quase sempre organizados em composições mais complexas que incluem os círculos concêntricos e associações com outros motivos; trata-se de um tema atribuível genericamente ao Neolítico/Calcolítico.


Gema Links:

Alto S. Bento:
Megalithic Settlements: Link 1, Link 2, Link 3, Link 4

Porro
: Megalithic Settlements: Link 1, Link 2, Link 3

Serra Pedrosa:
Paisagens Antigas, Sangue Novo: Link 1, Link 2



O novo circulo, identificado na vertente Sudeste do Alto de S. Bento


Uma das pias, deste conjunto de arte rupestre


Afloramentos de granito, na vertente sul do povoado. É nesta zona que se têm vindo a registar a maior concentração de vestígios mais antigos (Neolítico Antigo)


O pôr do Sol, visto do Alto de S. Bento. Inicio da sua descida, sobre a Serra de Montemuro


A vista sobre os cabeços da Serra Pedrosa


O pôr do Sol, directamente sobre a zona dos Almendres



Wednesday, February 21, 2007

Eles andam aí!

Prospecção na zona de Vale de Besteiros (Évora)
18.02.06


Menir e povoado de Vale de Besteiros: Junto ao primeiro menir identificado a Sul do Tejo, publicado por Gabriel Pereira, em 1880. http://www.crookscape.org/tesemc/Vol1.pdf , p.46-48


O povoado, ocupando o topo do cabeço granítico, adjacente ao menir, tinha sido registado em 2001, embora, nessa altura, os artefactos observados não tivessem permitido uma clara atribuição cronológica e o sítio tenha sido classificado apenas como Neolítico/Calcolítico.
Novas prospecções no local permitiram agora, com melhores condições de visibilidade do solo, atribuir o povoado ao Neolítico antigo (cerâmica impressa), com aparente continuidade até ao Neolítico final (cerâmica lisa, bordos simples e mamilos).
A paisagem, reforçada pela presença de enormes afloramentos e diversos abrigos naturais, coloca-o entre os mais interessantes povoados megalíticos de Évora.
Trata-se, por outro lado, de um sítio facilmente acessível (localiza-se no lado oposto à capela de S. Bento de Pomares, em relação à estrada Torre de Coelheiros-Viana).


Manuel Calado
Mário Carvalho



O menir de Vale de Besteiros



O Povoado Megalítico de Vale de Besteiros



Conjunto de materiais recolhidos. Promenor do fragmento de cerâmica com decoração impressa



Um dos abrigos naturais



The hidden faces of stones...


Uma "pia" natural, nas imediações do povoado, junto á qual se registaram várias covinhas, gravadas em pequenos afloramentos de granito


O Solo "Romanizado" - sucintas considerações

A função de um historiador é, em muitos casos, ler documentos com a paisagem ausente.
Com o afinar das metodologias de aproximação ao fazer história, inaugurou-se uma necessidade de conceder o privilégio da imagem à consistência do texto.
No conjunto do trabalho que se tem vindo a desenvolver no espaço do concelho de Évora, em particular num contexto de prospecção arqueológica, ressalta-se a riqueza do espaço e a forma como diferentes momentos históricos se articularam numa lógica de continuidade, ainda que obedecendo a matizes diferenciados.
Com a feitura de uma base cartográfica, a partir dos trabalhos de Manuel Calado, João Santos e Mário Carvalho, conseguimos visualizar a dinâmica da ocupação do solo, permitindo o estudo da lógica ocupacional com base nas capacidades geo-morfológicas do território.
Em Évora, subentendendo a relativa fertilidade da sua área envolvente e, acima de tudo, a sua localização estratégica, é possível encará-la como zona de precoce instalação de emigrantes romanos, dedução que as placas epigrafadas (datadas do séc. I a.C.) descobertas na região parecem comprovar.
Com as guerras de Sertório, que alteraram as relações de clientela entre autóctones e ocupantes, e a emigração das elites de Roma para territórios onde as conturbações sociais se faziam sentir com menos intensidade, todo o fenómeno de aculturação parece ter sofrido uma alteração qualitativa que interessa destacar.
O carácter de assimilação dos hábitos romanos ter-se-á feito sentir, com maior profundidade, a partir da guerra civil de Sertório que, com a instauração de alianças locais e recrutamento de tropas, na sua grande maioria, entre os indígenas, acelerou o processo romanizador. A sua política de relacionamento foi mesmo perpetuada pelos posteriores governadores e representantes de Roma em solo hispânico, reflectindo uma alteração de comportamento, quer da parte do ocupante, quer do ocupado.
Com a sedimentação de uma classe de elite, por volta da primeira metade do séc. I a.C., outro tipo de contactos, de cariz político, são implementados, em conjunção com os já existentes. Serão estes contactos que, a posteriori e em parte, irão contribuir para a municipalização de Évora.
Todo o conjunto do território envolvente acompanhou este crescendo de ocupação, revelando-se através dos cerca de 400 sítios cronologicamente datados dos séculos I a.C - III d.C., que pontuam o actual concelho de Évora.


Villa da Herdade da Abóboda, Concelho de Évora



Cartografia geo-referenciada dos sítios com ocupação humana no Concelho de Évora.Cronologia: Calcolítico à Idade Média. Dados: Manuel Calado, João Santos, Mário Carvalho

Novos percursos, em torno da cidade de Évora

Reconstituição dos principais edifícios públicos de Liberalitas Iulia

Uma breve apresentação para que outros percursos se inaugurem em torno de Liberalitas Iulia...
Os recentes trabalhos de investigação, no conjunto do espaço urbano de Évora, mostram uma realidade histórica consideravelmente diferente daquela que a historiografia tem vindo a defender.
Apesar da continuidade da tese que apela à existência de um povoado da Idade do Ferro como antecedente a urbe romana, a arqueologia considera, actualmente, um eixo diferente.
A fundação ex-nihilo ganha contornos de maior veracidade. Esperamos, com este pequeno espaço de divulgação, atingir os propósitos de revalidar o debate, histórico, arqueológico e paisagístico que sempre se manteve em Évora, funcionando o nosso contributo como o complemento óbvio aos estudos territoriais paralelos.
O primeiro passo fica assegurado através da singela imagem em epigrafe.

Saturday, February 17, 2007

Eles andam aí!

Prospecção nos arredores da Herdade da Mitra, parte II
15.02.2007


As últimas prospecções, nos arredores da Herdade da Mitra, permitiram acrescentar mais uma sepultura protomegalitica inédita, com mamoa parcialmente conservada, e três esteios, visíveis à superfície.

Foi também identificado um pequeno povoado pré-histórico, provavelmente Neolitico, onde foram registados alguns fragmentos de cerâmica manual e um machado de pedra polida, com secção circular. Este povoado encontra-se “demasiado” proximo da pedreira do Álamo, que, pelo menos parcialmente, já o destruiu.

Na área envolvente, foram ainda encontrados outros achados avulsos (percutores, cerâmica manual, uma raspadeira em sílex e outra em riolito).

Gema links:
Paisagens Antigas: Link 1

O povoado "megalitico"

Dois esteios da sepultura protomegalitica inédita

A mamoa