Thursday, May 24, 2007

Novos núcleos de Arte Rupestre no cabeço de S.Gens (Serra d'Ossa)

Vista Oriental sobre o cabeço de S.Gens


Na sequência de recentes travessias na Serra d'Ossa, efectuadas nas zonas mais afectadas pelos incêndios do Verão de 2006, foram identificados novos núcleos de arte rupestre, que se vêem juntar aos recentemente descobertos ao longo da crista onde se implanta o povoado do Castelo Velho.

Tratam-se de conjuntos de covinhas, gravadas em destacados afloramentos de Xisto, e que se situam no cume do povoado pré e proto histórico de S.Gens (o ponto mais alto do conjunto de relevos da Serra d'Ossa).

Foram identificadas várias dezenas de covinhas (perto de meia centena), em três afloramentos distintos, todos eles em estreita relação visual com a crista do Castelo Velho e com os alguns dos núcleos de arte rupestre ai implantados.

Na encosta Nordeste foi também possível identificar abundantes vestígios da extensa ocupação de Bronze Final, que se implanta neste "miradouro" natural, com vista privilegiada sobre o Alentejo Central.

Publicações sobre S.Gens:

* Meio Mundo: O Inicio da Idade do Ferro no cume da Serra d'Ossa (Redondo, Alentejo Central) - Rui Mataloto, Arqueólogo da C.M.R.

*
Meio Mundo 2: A fortificação Calcolítica do Alto de S.Gens (Redondo\Estremoz, Alentejo Central) - Rui Mataloto, Arqueólogo da C.M.R.


Vestígios da fortificação Calcolítica, na zona intervencionada em 2003.

Destacados afloramentos de Xisto, nos quais foram identificadas cerca de meia centena de covinhas.

Arqueólogo do séc XIX, em pose clássica.

Envolvente paisagística dos novos conjuntos de covinhas. Vista privilegiada sobre o Castelo Velho e respectivos núcleos de Arte Rupestre na sua encosta Sudoeste.

O Bronze Final e a Serra d'Ossa. Conjunto de materiais identificados ao longo da encosta Nordeste.

1 comment:

rmataloto said...

Permita-me a correcção, Arqueólogo do séc. XXI, em pose de Arqueólogo do Séc. XIX! Só lhe faltam as suíssas e o bigode!
Agora mais a sério, julgo relevante destacar que estamos na presença de painéis inscritos nas cristas mais destacadas, sobranceiras a importantes portelas. Por outro lado, julgo, uma vez mais relevante assinalar a aparente aleatoriedade das insculturas, que parecem aproveitar principalmente alguns blocos soltos, em desfavor de algumas boas bancadas. A reconstrução de uma paisagem ancestral é virtualmente impossível, em particular perante o total desconhecimento do conjunto das ocupações. Todavia, creio pertinente termos que nos questionar sobre como seria a microtopografia local à data da inscrição das covinhas. O processo erosivo teria já expostos abundantes áreas de afloramento, revelando as bancadas? Teria o mesmo processo erosivo depositado abundantes detritos sobre as mesmas? E a vegetação, como seria? Esta imagem de grandes afloramentos destacados é inêxistente quando se desenvolve a floresta de eucaliptos ... Será que a relação com a paisagem se faria pela abrangência, pela vista de pássaro que permitia, ou pela distância e recato, sendo verdadeira provação atingí-la partindo dos povoados mais próximos das boas terras? Nada nos indica que tenham que resultar da presença humana no início do Iº milénio ou da curta instância do IIIº ... Enfim, um mundo de questões, que se dispersa na plenitude da paisagem avistada ...