Wednesday, May 9, 2007

"Castelo Velho" da Serra d'Ossa: Identificação de novos núcleos de arte rupestre nos "cabeços do Meio Mundo"

A arte rupestre no Penedo do Magalhães (Calado, 2001) surge-nos, no cume da Serra d'Ossa, em estreita associação com uma das mais deslumbrantes paisagens naturais do Alentejo.
Esta consiste em pequenos conjuntos de covinhas, gravadas num destacado afloramento de xisto que se situa na extremidade Sudoeste do extenso povoado fortificado de Bronze Final do "Castelo Velho".

Recentes visitas efectuadas a este povoado (Rui Mataloto e Mário Carvalho), auxiliadas pelas actuais condições de excepcional visibilidade (proporcionada pelos incêndios do Verão passado, que "limparam" grande parte da vegetação), permitiram a identificação de novos conjuntos de arte rupestre.

Estes encontram-se gravados num destacado penedo e numa "bancada" natural de xisto com cerca de 6 metros de comprimento (onde se identificaram até ao momento cerca de 40 covinhas). Ambos os afloramentos desfrutam, tal como o Penedo do Magalhães, de uma privilegiada relação visual com a paisagem envolvente.

Os motivos gravados são idênticos (conjuntos de covinhas), tendo sido no entanto identificadas, num caso particular, "nuvens" de pontos, picotados sobre covinhas.
Foram também identificadas covinhas isoladas, noutros pequenos afloramentos de xisto, ao longo desta linha de cumeada.


O Penedo do Magalhães e a sua envolvente paisagística. Em baixo, a zona onde se regista a maior concentração de covinhas.

Destacado afloramento de xisto, onde foi possível identificar novos conjuntos de covinhas.

A envolvente paisagística a Nascente do afloramento: a crista de S.Gens e o cabeço de Évoramonte.

Alem dos novos conjuntos de covinhas este afloramento alberga também mais um capitulo de "the hidden faces of stones".

Identificação e limpeza da "bancada" natural onde se registam, até ao momento, o maior numero de covinhas em toda a crista.

Aspecto geral depois da limpeza.

A envolvente: uma paisagem aprisionada pelos eucaliptos.

Zonas com maior concentração de covinhas .

Covinhas envolvidas por "nuvens" de pequenos pontos picotados.

2 comments:

Jose Luis Galovart. said...

Formidable la "bancada" y sus coviñas.Investigo en glicia la orientación de algunas nubes de coviñas.Una orientación genérica NW(hacia el cabo Finisterre-Monte Pindo) o una dirección equinocial Este-Oeste.¿Habria la posibilidad de considerar esta cuestión en el Alentejo?¿ Habría alguna orientación SW, la dirección genérica del cabo san Vicente?. En vuestro posted hablais de que la roca con coviñas está al SW, supongo que No; pero ¿la situación indica también una orientación, como ocurre en el Monte Tecla?

rmataloto said...

A orientação natural de toda a Crista, e em geral das elevações da Serra é, efectivamente SE-NW. O significado concreto é já mais complexo de aprisionar. O que é certo é que toda a crista parece marcada por pequenos núcleos de covinhas dispersos, por vezes mesmo isoladas. A sua dispersão no topo não é, também, regular nem evidentemente oportunista. Da breve passagem que fizemos, reparámos que algumas excelentes bancadas, porque planas e regulares, não se encontravam insculpidas. As covinhas encontravam-se exclusivamente em bancadas horizontais, por vezes, como se vê nas imagens, soerguidas e estreitas, por vezes imponentes como o Penedo de Magalhães, por vezes bastante discretas como a bancada maior que apresentamos. Com uma visão ainda muito parcial, esperamos que novos comentários nos ajudem a compor um quadro perceptivo mais completo ...